Lendo o livro "O Mestre dos Mestres", de Augusto Cury, deparei-me com um texto que o considero, como muitos textos deste livro, importante e decidi transcrever, Ipsis litteris:"Cristo teve um nascimento indigno, e os animais foram suas primeiras visitas. Provavelmente, até as crianças mais pobres têm um nascimento mais digno do que o dele.
Quando tinha dois anos, deveria estar brincando, mas já enfrentava grandes problemas. Era ameaçado de morte por Herodes. Poucas vezes uma criança frágil e inocente foi tão perseguida como ele. Fugiu com seus pais para o Egito, fez longas jornadas desconfortáveis, a pé ou no lombo de animais.
Tinha uma inteligência incomum para um adolescente, sendo admirado aos 12 anos por doutores do templo. Todavia, tornou-se um carpinteiro, tendo de labutar para sobreviver.
Quando manifestou seus pensamentos ao mundo, causou grande turbulência. Foi amado por muitos, mas na mesma proporção foi perseguido, rejeitado e odiado por aqueles que detinham o poder político e religioso em sua época. Foi incompreendido, rejeitado, esbofeteado, cuspido e ferido física e psicologicamente.
Cristo tinha todos os motivos para ser tenso, irritado, angustiado, revoltado. Em vez disso, expressava tranquilidade, capacidade de amar, de tolerar, de superar seus focos de tensão e, como disse, até de fazer poesia da sua miséria.
Apesar de passar por tantas dificuldades ao longo de sua vida, era uma pessoa alegre. Talvez não exibisse largos e fartos sorrisos, mas era alegre no seu interior, provavelmente mais do que possamos imaginar. Pouco antes do seu martírio, manifestou o desejo de que os discípulos provassem da alegria que ele desfrutava, da alegria completa (João 14:28; 16:20-22).
Há pessoas que têm bons motivos para serem felizes, mas estão sempre insatisfeitas, descontentes com o que são e possuem. Todavia, Cristo, apesar de ter todos os motivos para ser uma pessoa triste, se mostrava feliz e sereno.
Como é possível alguém que sofreu tanto desde a infância mostrar-se tão tranquilo, capaz de não perder a paciência quando contrariado e de superar as contrariedades da vida com serenidade? Como é possível alguém que foi tão rejeitado e incompreendido fazer crer que não apenas era alegre, mas que também possuía uma fonte de alegria que poderia propiciar ao ser humano prazer e sentido existencial plenos?
Cristo era um grande investidor em sabedoria. Seus sofrimentos o tornavam mais tranquilo ao invés de mais tenso. As dores não o desanimavam nem causavam conflitos psíquicos como normalmente ocorre conosco.
Cristo demonstrava ser um excelente gerente dos seus pensamentos. Pela maneira como se comportava, pode-se concluir que, quando passava por frustrações e contrariedades, não gravitava em torno do estímulo estressante."
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